Meios alternativos de mobilidade urbana não se opuseram aos tradicionais, mas surgiram como aliados dos brasileiros, que aos poucos se identificam mais com bicicletas, patinetes e carros compartilhados
Todo dia antes de ir ao seu escritório, o corretor de seguros Álvaro Pio, 61 anos, se veste de roupas leves e frescas e coloca seus equipamentos de segurança. Há cinco anos, o morador do Tatuapé, bairro da zona Leste de São Paulo, percorre diariamente 22 km de bicicleta para ir e voltar da NOMMINAL Seguros, corretora que fica no Centro Histórico da capital paulista.
Essas práticas ficaram mais comuns depois do incentivo das gestões paulistanas na ampliação da malha cicloviária. Atualmente na cidade de São Paulo são 503,6 km – sendo 473,3 km de ciclovias e ciclofaixas e 30,3 km de ciclorrotas, segundo os dados públicos da Prefeitura.
Pio conta que a única coisa que perdeu nesses últimos cinco anos foi o peso.
“Hoje estou melhor que há um tempo. Perdi 25 kg por conta desse hábito e pela alimentação adequada à um ciclista”.
O número de ciclistas vem aumentando nas grandes cidades, mas em 2020 o salto foi ainda maior. Por conta da pandemia e da necessidade de se manter distantes uns dos outros, as vendas de bicicleta cresceram 118% em relação ao ano anterior. Enquanto muitos empresários quebram a cabeça para manter seu negócio aberto durante o período de crise sanitária, no setor de bicicletas o cenário é inverso.
Na Argo Seguros a situação também é diferente. Conhecida por apostar no segmento de seguro para bicicletas antes do distanciamento social, a seguradora colheu os frutos do investimento precoce, tornando-se a maior companhia dessa carteira no país. Daniel Camargo, Coordenador de Property & Engenharia da Argo, confirma o crescimento no uso de novos meios de locomoção. “Nos últimos anos, cresceu e muito a utilização de meios de transportes alternativos, seja por locomoção diária ou mesmo para realizar sua atividade profissional”.
A bicicleta, segundo Camargo, é a principal influenciadora dessa mudança. Por isso, o executivo conta que a Argo não se cansa de investir em inovações na carteira.
“O seguro é a melhor maneira de trazer tranquilidade para esse mercado. A proteção contra Roubo e Furto Qualificado, Danos à bicicleta, ou até mesmo num eventual dano que o segurado pode causar a um terceiro. São benefícios que o nosso produto oferece, sem falar nas assistências, que fazem toda a diferença no dia a dia dos segurados”.
No segundo semestre de 2019, a ONG Transporte Ativo, em parceria com a Pesquisa Nacional Pela Mobilidade Urbana, realizou um estudo com 5 mil ciclistas de 10 cidades do Brasil: Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Manaus, Niterói, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
“Muita gente aderiu a essa modalidade durante a pandemia, seja por lazer, melhor qualidade de vida ou opção ao meio de transporte para ir ao trabalho, por exemplo”, explica Camargo. Para atender um público diverso, a Argo incrementou suas linhas de proteções. Em maio de 2020, por exemplo, a seguradora lançou o ‘Bike Mulher’, com o objetivo de atender ao público feminino, que vem crescendo a cada dia mais. “Contamos com um amplo portfólio de seguros para bicicletas, tanto para os iniciantes, quanto para os profissionais. O ‘Bike Basic’, lançado em novembro passado, tem o objetivo de incluir a cultura do seguro de bicicletas de menor valor, com coberturas reduzidas e um custo extremamente acessível”, salienta.
Experiência mútua
O trânsito nas grandes cidades se tornou uma das maiores dores de cabeça para a população. Além disso, o acúmulo de veículos automotores nas ruas causa prejuízos como estresse, acidentes e poluição. A ideia de meios de locomoção compartilhados se estruturou na cabeça de muitos brasileiros antes da pandemia. A Grin Scooters, uma das principais locadoras de bicicletas e patinetes do país, teve a parceria da HDI Seguros para oferecer cobertura aos usuários em casos de acidentes e sinistros.
A HDI acredita que as novas formas de locomoção são centrais nos debates sobre o futuro das grandes cidades. Por isso, a seguradora considera que incentivar essas práticas é ser protagonista deste novo cenário, que permite o desenvolvimento sustentável e inovação tecnológica.
“A mobilidade tem cada vez mais se tornado o principal anseio da sociedade hiperconectada em que vivemos. Oferecer às pessoas a comodidade de ir a um ponto a outro, com agilidade e segurança, é o nosso objetivo nesse cenário e a parceria com a Grin ilustra isso. Querem cada vez mais oferecer às pessoas proteção durante seus trajetos”, afirma Murilo Riedel, CEO da HDI Seguros no Brasil.
Seguro para pessoas
Os brasileiros estão expostos a riscos diários, que não afetam somente o bem material, mas também as pessoas. O aumento dos meios alternativos de mobilidade provocou mais quedas e até acidentes graves. Em novembro do ano passado, a pesquisadora e cicloativista Marina Harkot, 28, morreu após ser atropelada enquanto andava de bicicleta em uma via do bairro de Pinheiros, em São Paulo.
Bicampeão mundial de Fórmula 1, o espanhol Fernando Alonso foi atropelado por um carro enquanto andava de bicicleta perto da sua residência em Lugano, na Suíça. O piloto sofreu algumas fraturas, que podem impossibilitá-lo a estrear na temporada 2021, em 28 de março.
Especialista em Seguro Mobilidade, o professor Antonio Camano defende que devem existir seguros para todas pessoas que saem de casa, independentemente do seu destino. “O seguro tem que se modernizar para atender essa nova categoria de usuários”, explica. Em modernização, o professor se refere aos seguros ‘On Demand’, aqueles que funcionam por minuto, ultimamente adotado por algumas seguradoras que possuem Seguro Auto em seu portfólio.
“Esse tipo de seguro para pessoas precisa ser contratado de forma ágil e por minuto. A partir do momento que encerrar a viagem, o usuário finaliza o seguro. A contratação deve ser tão rápida quanto o produto”, defende o professor, que também é especialista em seguro de vida.
Para Camano, o seguro de mobilidade contribui para o desenvolvimento social, pois “tira o carro da rua, aumenta a qualidade de vida, melhora a convivência entre as pessoas, além de contribuir para um planeta menos poluído no futuro”, reflete.
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