O crescimento descontrolado dos casos de covid-19 colocou o Brasil no epicentro da epidemia no mundo inteiro. Temos hoje o maior número de mortes diárias em decorrência da doença e ultrapassamos os Estados Unidos. Esse panorama levou muitos estados a adotarem medidas restritivas de circulação, estrangulando ainda mais o comércio e aumentando as incertezas sobre a já fragilizada economia brasileira. Mas um setor caminha na contramão, fechou 2020 com crescimento e vê, em 2021, um cenário ainda mais promissor.
“No ano passado, a pandemia deixou claro que eventos adversos podem acontecer e que o planejamento financeiro é determinante para as famílias conseguirem manter as contas em dia. O resultado foi um crescimento de mais de 11% no mercado de seguros”, comenta Hilton Vieira, especialista em gestão de risco e planejamento financeiro, com extensão em Gestão e Estratégia de Empresas pela Unicamp.
De acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), de janeiro a setembro de 2020, os seguros somaram R$ 14,6 bilhões em receitas, aumento de 11,7% em relação a 2019. “Mesmo com essa instabilidade econômica e política que vivemos atualmente, o cenário de 2021 é incerto, mas promissor. Um dos fatos que compõem essa análise é a entrada de novos players no mercado, a simplificação no processo de comercialização e os esforços de vendas das seguradoras”, afirma Vieira.
O especialista explica que o mercado de seguros de vida vem crescendo de forma expressiva há alguns anos.
“Esse crescimento vem superando inclusive o seguro de automóveis, que sempre foi uma referência no mercado securitário. Em 2020 houve uma maior conscientização dos brasileiros sobre a necessidade de um ativo de proteção como esse. Enquanto algumas seguradoras perderam participação de mercado, outras ganharam mais de 30%”, acrescenta.
Hilton Vieira pontua que a crise econômica teve um impacto negativo no setor de seguros automotivos. Os seguros automotivos tiveram uma queda de 27,5% no período de um ano, de acordo com a Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg). “As pessoas estão ficando mais tempo em casa, usando menos os carros e, na hora de escolher entre proteger a vida e proteger o carro, a escolha é fácil”, finaliza.
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