Por: Fernanda Cyrillo Bardela*
Artigo escrito originalmente para a 41ª edição da revista digital.
O protagonismo feminino no mercado de trabalho é pauta atual e recorrente em nosso país. Empreendendo ou não, as mulheres são catalisadoras de crescimento, inovação e mudança social.
Cada vez mais, mulheres conciliam — ou pelo menos tentam conciliar — suas vidas particulares (maternidade, família) com emprego e uma carreira brilhante. Esse avanço que vemos hoje é sem dúvida reflexo de um comportamento que vem mudando nos últimos anos. Mesmo assim, o eixo maternidade – carreira ainda é uma jornada desafiadora.
Antes de empreender no universo da Parentalidade Positiva, atuei por quase 25 anos no mercado de seguros e sei do esforço feito pelas mulheres-mães para se equilibrar tudo. Às vezes sofrem das mesmas dores, mas solitariamente negam e as evitam. E o resultado não poderia ser diferente: mães cansadas, sem apoio, exaustão física e emocional, distanciamento social, sintomas de depressão, ansiedade e sem tempo de cuidar de si mesmas.
E quando os fatores que aumentam o estresse particularmente aqueles relacionados à parentalidade ultrapassam de forma crônica os fatores que o aliviam, o burnout parental se desenvolve.
Um estudo revelou que no Brasil, 32% da PEA (1,2) tem síndrome de burnout. Outro dado relevante: o país é o 2º com mais casos de burnout no mundo (3). A relevância do assunto é tamanha que em 2022 a OMS (4) incluiu especificamente o burnout parental como doença ocupacional em 2022.
A busca pelo equilíbrio não requer apenas uma mudança na percepção social. Requer a implementação de estratégias práticas que permitam, sobretudo às mulheres, prosperar tanto no âmbito profissional quanto no pessoal, afinal os líderes de amanhã serão formados hoje e dependem que elas tenham essa conciliação em seus papéis para que possam cuidá-los e capacitá-los. No entanto, isso será feito de modo saudável quando elas puderem fazer isso para si mesmas.
Cuidar da saúde física, mental e emocional é o ponto de partida fundamental para mudar o mundo de forma positiva. E o cuidado emocional e mental com a família é o alicerce para criar uma geração mais equilibrada.
1 – População Economicamente Ativa;
2 – International Stress Management Association – Isma-BR);
3 – Organização Mundial da Saúde (WHO – World Health Organization);
4 – Dados da ANMAT – Associação Nacional da Medicina do trabalho).