Embededd insurance vai aumentar a penetração de seguros no Brasil e especialistas alertam que o desafio está em criar soluções adequadas ao consumidor
Uma das maiores tendências do mercado, o embedded insurance está ganhando força no país. Uma parcela do mercado entendeu que os produtos de seguro devem estar entranhados na jornada de compras corriqueiras dos brasileiros, como nas lojas de varejo, nos supermercados, postos de gasolina, entre outros.
Luis Forster, CEO da insurtech PDVBox, explica que o conceito de embedded insurance é muito simples. “Trata-se de ofertar um produto do universo de seguros, dentro da jornada de outro produto, trazendo sinergia e economia na oferta deles”. Esse modelo de distribuição vem ganhando mais força, mas o especialista lembra que ele já existe há muitos anos. “Basta lembrar do Seguro Prestamista, que adquirimos quando contratamos um financiamento imobiliário junto à uma instituição financeira, ou um seguro de Garantia Estendida, ao comprarmos um eletrodoméstico”, complementa.
De acordo com a InsTech London, empresa que produz relatórios em seguros e em gerenciamento de risco em todo mundo, o seguro embutido deve crescer mais de seis vezes até 2030, um salto para US$ 722 bilhões, com a maior parte do crescimento na América do Norte e na China.
Na análise da diretora comercial da Ô Insurance Group, Soneli Angelini, o potencial do embedded insurance está atrelado à tecnologia e à transformação digital. “Por exemplo, a possibilidade das empresas oferecerem o seguro embutido em seus produtos somado com novos canais digitais de distribuição. Isso proporciona uma experiência mais integrada e simplificada, eliminando barreiras e oferecendo proteção financeira adicional aos consumidores, que deve se intensificar cada vez mais nos próximos anos”, observa.
No Brasil, Forster pondera que essa contratação já é comum, mas é preciso estudar formas de expandir e como conectar produtos assertivos às necessidades dos consumidores. “Temos visto diversos movimentos em nosso mercado. Existem iniciativas das startups, da Susep e das empresas tradicionais que fazem verdadeiros malabarismos para entender onde o mercado e o consumidor estão indo”.
Hoje já são comercializados, boa parte no varejo, diversos seguros integrados a compras do cotidiano. Entre os principais produtos estão: garantia estendida, roubo e furto, quebra acidental, seguro de vida, seguro residencial, prestamista e carteira protegida (PIX).
Apesar das proteções já disponíveis no mercado, o CEO da PDVBox faz um alerta para a criação de novos seguros que se encaixem no perfil de cada consumidor. “O que realmente pode fazer a diferença é o foco em pessoas, entender de fato a necessidade e ter uma conversa clara com a turma atuarial e comercial para montar novas formas de se ofertar produtos condizentes, bem como ajustar produtos existentes para essas novas demandas”, conta.
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A cada momento da vida
Segundo a diretora comercial da Ô Insurance Group, o seguro integrado colabora para a criação de novos canais de distribuição, com tecnologia que possibilita qualquer empresa comercializar seguros e serviços.
“Para as empresas, o embedded insurance é a porta de entrada de inúmeras possibilidades de gerar receita adicional, como: oferecer diversos seguros por meio de compra digital, CRM de seguros, plataformas white label, melhorar a fidelidade do cliente e diferenciar seus produtos ou serviços no mercado”, conta Soneli.
Ao integrar o seguro em suas plataformas, a executiva explica que as empresas podem coletar dados valiosos sobre os clientes e seus comportamentos de consumo, “permitindo um melhor entendimento das necessidades e preferências dos usuários”.
Soneli ressalta que a Ô Insurance Group faz parcerias com empresas em setores que possam se beneficiar da inclusão de seguros em suas ofertas. “Nosso próximo passo foi desenvolver uma nova jornada de transformação digital para que nossos parceiros possam ir além do embedded insurance, com IA e novas soluções tecnológicas que permitam a utilização de novos canais de distribuição”.
Já na TEx, o CEO Emir Zanatto, conta que a insurtech dispõe de uma série de APIs de serviços que podem capacitar qualquer operação a tanto passar uma previsão do preço de um seguro quanto efetivamente oferecer uma jornada de cálculo e venda de produtos de seguro de automóvel, de motocicleta ou residencial.
“Imagina ter na rede de posto de gasolina um aplicativo com informações minhas e do meu veículo. Se eu fosse fazer um seguro de automóvel, conseguiria uma experiência muito melhor do que se eu fosse ligar para alguém e começasse do zero”, exemplifica Zanatto. “Essas ferramentas conseguem construir uma jornada muito mais desenhada”, completa.
Nesse sentido, o executivo conta que se um varejista ou mesmo lojas menores quiserem promover uma jornada de seguros dentro de uma plataforma, elas conseguem remunerar e trazer maior rentabilidade para a sua carteira vendendo outro produtos.
Já no lado da PDVBox, Forster comenta que, dentro de análises acerca das reais necessidades das seguradoras, dos segurados, das corretoras e das empresas que querem ofertar seguros para seus clientes, a Insurtech constrói produtos e trilhas que tenham valor para a cadeia de consumo.
“Temos alguns produtos desenhados dentro do modelo embedded, tanto na trilha de clientes, como em trilhas que nós criamos. E um dos esforços que temos sempre é de pensar como podemos oferecer algo diferente e como alcançar o segurado dentro desse universo imenso de informações e ofertas que eles recebem diariamente”, conclui o executivo.
Leia, por fim, a 33ª edição da revista: