No ano passado, na primeira edição do Sandbox, foram selecionados 11 projetos, dos quais quatro já estão em operação.
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) divulgou os projetos selecionados para participar da segunda edição do Sandbox Regulatório. A partir de agora, as empresas iniciarão o processo de autorização para poderem atuar, por até três anos, com menor custo regulatório e mais flexibilidade para inovar. Foram selecionados 21 projetos voltados à inovação no setor de seguros.
O Sandbox Regulatório é um ambiente experimental constituído com condições especiais, limitadas e exclusivas, e busca reduzir barreiras a novos entrantes. O ambiente tem como objetivo reduzir os custos e facilitar os processos para os consumidores, com foco na melhoria da experiência do usuário.
No ano passado, na primeira edição do Sandbox, foram selecionados 11 projetos inovadores, dos quais quatro já estão em operação.
Rafael Scherre, diretor técnico da autarquia, explica que uma das principais ações da Susep dentro da construção do novo marco regulatório do setor de seguros é a redução de barreiras à entrada, o que aumenta a concorrência e cria um ambiente mais favorável à inovação. “O Sandbox Regulatório é uma iniciativa fundamental nesse contexto. Esperamos resultados que beneficiem diretamente a vida dos consumidores, com produtos e serviços mais simples, de fácil uso e mais intensivos em tecnologia”, afirma.
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Novos produtos e serviços
Scherre ressalta que foram selecionadas propostas de modelos de negócios com várias características aderentes ao ambiente regulatório experimental e que vão ao encontro do seu efetivo objetivo, que é possibilitar, sob a supervisão da Susep, a introdução de novos serviços, novas formas de prestar serviços tradicionais no mercado de seguros ou novos produtos, sempre com foco no benefício ao consumidor e sua experiência com seguros e, dessa forma, aumentar sua cobertura e a penetração no país.
Os projetos incluem a oferta de seguros em formato pay-per-use e coberturas intermitentes não só para proteção de automóveis, mas também para proteção residencial e para a prática de esportes. Há também propostas que atendem, em formatos inovadores, demandas reprimidas de mercado como seguros agrícolas paramétricos e com uso de tecnologias avançadas para monitoramento e regulação de sinistros, focados na inclusão de produtores rurais de pequeno e médio porte; microsseguros de danos; seguros para caminhões; seguros de fiança locatícia em formatos simples e inéditos; seguros para passageiros que busquem reduzir perdas com cancelamento e remarcação de passagens aéreas e hotéis.
Os projetos selecionados trazem novidades para o mercado. Além da customização das coberturas, seguros intermitentes e a cobrança de prêmios considerando o perfil do segurado, os projetos fazem uso de tecnologias como telemetria, geolocalização e imagens de satélite para melhorar a cobertura e a regulação dos sinistros. As propostas incluem ainda produtos alinhados a tendências como o trabalho em regime de home office e iniciativas ASG (Ambiental, Social e Governança) como estratégia.
As seguradoras que entrarão em operação a partir dos projetos selecionados terão autorização temporária para atuação por até três anos dentro do modelo Sandbox. Abaixo, a lista dos participantes selecionados (ordem alfabética):
Empresa | Linhas de negócio |
Clubfix | Celular |
Darwin | Autos: passeio |
Finx | Microsseguros de danos para pequeno empreendedor |
Fulô | Celular | Bicicletas |
InnTech | Agrícola: soja |
Inteligente | Autos: passeio |
Justos | Autos: passeio |
LTI | Autos: passeio |
Mee | Bicicletas |
Modelo | Agrícola paramétrico: diversas colheitas |
Neo | Autos: passeio | Celular | Pets |
Novo | Autos: passeio |
NW | Fiança locatícia |
Oon Digital | Autos: passeio |
Pet Seguros | Pets |
Picsel | Agrícola: soja, milho e trigo |
Rede | Fiança locatícia |
Rodoseg | Caminhões |
TITI | Passagens aéreas e hotéis |
Trocafone | Celular |
Urbantech | Esportes | Fiança locatícia | Residencial |
A publicação da Lei Complementar nº 182, de 2021 foi um incentivo adicional à utilização do Sandbox Regulatório como instrumento de fomento à experimentação de modelos de negócios inovadores e novas tecnologias, com acompanhamento do regulador. Nesse sentido, “trata-se de um ambiente experimental que servirá também à própria inovação regulatória, em razão das flexibilizações inerentes ao modelo de operação das novas empresas, que oferecem uma experiência totalmente digital, com o uso de várias tecnologias para simplificar o uso e melhorar a jornada dos segurados”, destaca Andrés Côrtes, gestor do projeto estratégico Sandbox na Susep.
Além de permitir a introdução de produtos e processos inovadores no mercado de seguros brasileiro, o Sandbox Regulatório é, também, uma oportunidade de aprendizado para o órgão regulador.
Leia, por fim, a 19ª edição da revista: