Conheça as projeções dos executivos para o mercado de seguros em 2022

Conheça as projeções dos executivos para o mercado de seguros em 2022

A adaptação em momentos de incerteza econômica ajudou a popularizar o setor de seguros. Com grande parte da população brasileira vacinada, a expectativa é que a tão sonhada vida normal volte gradativamente. Com o pensamento otimista, seguradores, corretores e prestadores de serviço se debruçam na estratégia de criar soluções cada vez mais personalizadas e vantajosas para esse novo consumidor

O mercado de seguros apresentou resultados animadores em 2021. Segundo dados da Síntese Mensal da Susep, o setor arrecadou R$ 300 bi, um crescimento percentual de 11,8% em relação ao ano anterior. Os números elucidam a recuperação do mercado menos de um ano após sofrer os impactos negativos ocasionados pela pandemia.

A crise sanitária provocou perdas imensuráveis na sociedade. A ampla divulgação midiática acerca da gravidade do vírus estimulou a conscientização sobre o autocuidado com a saúde, a importância de se resguardar financeiramente e, entre outras coisas, a do investimento no seguro. Investimento este que contou com o apoio e a participação do corretor como agente de distribuição.

Na análise de Igor Di Beo, Vice-Presidente de Subscrição, Comercial e Marketing da AXA no Brasil, o corretor foi expressamente importante ao ligar o ecossistema de seguros com os potenciais segurados. Além de exercer esse papel, o profissional teve que continuar lidando com o desafio da transformação digital dos negócios, um exercício que está sendo feito exaustivamente. “Cada vez mais, a conjunção entre operação digital e atendimento consultivo é decisiva para o negócio”, observa. 

O que o Igor espera em 2022:

  • Valorização ainda maior dos seguros Massificados, como Condomínio e Empresarial;
  • Revisitar as importâncias seguradas dos contratos dos seguros de property. “É essencial que o capital segurado seja adequado aos custos de um eventual sinistro”;
  • Continuar com os bons resultados conquistados na carteira de seguro de transporte em 2021.

De acordo com Igor, a conscientização nos últimos anos é percebida, principalmente, nas linhas de seguros para pessoas físicas, como os produtos de Vida. Isso impacta, segundo ele, nas proteções empresariais. “Esse comportamento do indivíduo impulsiona também o crescimento no seguro empresarial. O seguro de vida passa a ser um desejo e, consequentemente, ganha maior relevância dentro do pacote de benefícios”, destaca Igor.

Já Sidney Dias, diretor da Conhecer Seguros, separa sua projeção em dois pontos: financeiro e técnico. Sobre o primeiro, o especialista acredita que este ano tende a ser importante para as companhias. Diante do ponto de vista técnico, “o setor continuará lidando com os desafios trazidos pela pandemia, revendo seus produtos e buscando entender como estão agora os consumidores de seguros”, analisa.

Projeções do Sidney:

  • A arrecadação do setor seguirá crescendo
  • Volume nominal de prêmios arrecadados, em comparação a 2021, vai crescer entre 6% a 10% 
  • As seguradoras vão melhorar seus ganhos financeiros diante da forte elevação das taxas de juros

Segundo o diretor da Conhecer Seguros, os consumidores estão passando por uma profunda mudança e este momento deve ser percebido pelos executivos das seguradoras. “Quem ignorar essa transformação e continuar insistindo na oferta dos produtos antigos, sem revisões e ajustes, limitando-se a agravar taxas com base no medo experimentado nos dois últimos anos, estará trilhando um caminho de desalinhamento em relação aos clientes atuais”, analisa.

Assim como os executivos de seguradoras, os corretores também precisam se atentar às nuances do novo mercado. Pelo menos é o que acredita Rodrigo Gouveia, fundador da corretora digital FINN Seguros. O executivo acredita que maiores funções foram atribuídas aos consultores nos últimos anos, colocando-o não apenas como um intermediador, mas também levando oportunidades e novos produtos aos clientes.

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Expectativa do Rodrigo para os próximos meses:

  • Valorização do corretor como um assessor financeiro dos brasileiros;
  • Resistência cada vez menor a inovações promovidas pelas empresas e pessoas;
  • Possibilidade de antecipar as tecnologias, bem como foi feito nos últimos dois anos de pandemia

Para o fundador da FINN, muitos brasileiros deixam de investir na sua proteção porque desconhecem seus benefícios. Nesse cenário, ele afirma que ampliar os canais digitais para o público auxilia no aumento da popularidade do mercado. “A ampliação dos canais faz com que as pessoas e empresas passem a se relacionar mais com os seguros. O acesso à informação é a maior ferramenta para difundir os produtos e aumentar o interesse dos brasileiros”.

É notório o otimismo entre os seguradores e os corretores. Após a desconfiança gerada no início da pandemia, o setor se recuperou rapidamente, na contramão, inclusive, de outros ramos de produção da economia. “A sociedade passou a se preocupar mais com a sua proteção em todos os sentidos”, comenta Newton Queiroz, CEO da Europ Assistance Brasil. A EABR, como a seguradora é conhecida, notou um aumento na demanda das assistências no segmento residencial e nas buscas por serviços remotos relacionados à comodidade e saúde da população.

Newton está prevendo…:

  • A democratização do setor de assistências, oferecendo produtos atraentes, tangíveis, de fácil compreensão e uso;
  • Uma contribuição maior da Telemetria no ramo Auto;
  • A criação de novos produtos e simplificar aqueles já existentes;
  • Uma Europ Assistance Brasil cada vez mais em sintonia com o consumidor.

O CEO da companhia está empenhado em trabalhar para deixar o mercado mais atrativo ao público, independentemente da condição financeira. Para promover essa democratização dos nossos produtos, temos que criar soluções que ainda não existem no mercado ou simplificar o que já existe, de forma a torná-lo mais acessível. Para exemplificar, vou utilizar como exemplo o plano de saúde. De maneira geral é um produto caro, mas se colocarmos a telemedicina, com desconto em remédios e exames, acredito que mais pessoas poderiam ter acesso.

A caminhada rumo à popularização

Entregar soluções de seguros para cada vez mais pessoas é um debate antigo no Brasil. Fatores como falta de conscientização, baixa renda das famílias e pouca presença de corretores em bairros remotos são elucidados constantemente no setor. Segundo dados da Susep, em aproximadamente 60% dos municípios brasileiros inexiste a presença desse profissional. 

Mesmo diante desse cenário, a fundadora e CEO da Rainha Seguros, Regina Lacerda, observa que dia a dia a população está mais próxima do setor, seja por ocasião de alguma tragédia, ou pela necessidade de proteger seu futuro. “Com milhares de pessoas perdendo o emprego ou com a renda mensal reduzida drasticamente em função da paralisação da atividade econômica, os brasileiros começaram a pensar em sua proteção financeira. Não é raro hoje o cliente solicitar informações sobre outros produtos de seguros, o que anteriormente não acontecia”.

Em 2022, Regina Lacerda aposta que:

  • Haverá uma aproximação ainda maior dos brasileiros com o mercado
  • Vai consolidar a estratégia de abrir uma filial da Rainha Seguros fora do Distrito Federal
  • A empresa terá um aumento no diálogo com corretores de outras regiões para venda de produtos que são da sua expertise.

Hoje em dia, a executiva vê uma aptidão maior dos corretores em ampliar sua carteira, antes focada em automóvel. Esse interesse, aliado à tendência de desburocratização do arcabouço regulatório, segundo ela, deixará o setor cada vez mais conhecido. “O surgimento do sandbox regulatório, a flexibilização de alguns produtos e a criação de outros já propostos pela Susep darão mais mobilidade a quem quer se proteger”. 

O segmento Vida foi protagonista nesse movimento ascendente do mercado. Ainda segundo a Susep, no ano passado o ramo teve um crescimento perto de 20%, com mais de R$ 10 bilhões em prêmios. Para Gabriel Bugallo, Vice-Presidente de Seguros da Seguros SURA, esse resultado expõe o fato de que as pessoas sentiram a necessidade de se proteger e cuidar da sua família. “Isso fez com que o mercado ganhasse novos consumidores. Entendemos que as pessoas valorizam mais o seguro no dia de hoje, o que gera um saldo positivo para o mercado de forma geral”, explica.

Gabriel está otimista nos segmentos de:

  • Vida (individual e coletivo)
  • Automóvel, que ganhou mais valorização na economia;
  • Mobilidade, já que é um setor que também se destacou nos últimos anos

No último segmento, inclusive, o executivo revela que a seguradora, como especialista em Gestão de Tendências e Riscos, trabalha no aprimoramento das soluções de Mobilidade e de Micro modais. “Continuamos aprofundando a proposta de valor no setor e entendendo o comportamento das pessoas para oferecer novas soluções que atendam às diferentes necessidades de mobilidade, desde os grandes centros até cidades menores”.

Mais valorizada em 2022, a esfera securitária promete significativos avanços, sobretudo no desenvolvimento de proteções adaptadas à necessidade das pessoas. O CEO da Too Seguros, Pedro Bueno da Rocha Lima, observa que as seguradoras estão aptas para criar produtos cada vez mais coerentes com a realidade dos seus clientes, bem como o desenvolvimento de uma jornada de contratação mais intuitiva. “Com ofertas mais claras, aderentes e diversas, o mercado inteiro ganha: o cliente tem o poder de escolha para contratar o que melhor se encaixa no que ele precisa, e as seguradoras ganham mais relevância na vida dos brasileiros”.

Pedro destaca três pontos importantes para este ano:

  • Seguradoras criando produtos cada vez mais personalizados;
  • Um movimento digital ainda maior que, segundo ele, vai abrir o horizonte do corretor;
  • Aumento na capacitação desses profissionais.

O CEO da Too Seguros ainda enxerga muito espaço para evoluir e gerar valor ao público. Ele acredita que o crescimento da competitividade e das ofertas em diversos canais serão aceleradores fundamentais nessa conscientização. “Temos trabalhado – e não somos os únicos – para aumentar essa geração e percepção de valor, mas isto não acontece do dia para a noite”.

Todos os entrevistados concordaram que o corretor é a peça-chave para manter o ecossistema de seguros em desenvolvimento. Embora os aparatos tecnológicos tenham causado transformações significativas, esse profissional continua tendo cada vez mais importância na sociedade, principalmente quando ele está presente no cotidiano do segurado.

Leia, por fim, a 21ª edição da revista:




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