Crescimento de 41% do Seguro Rural demanda qualificação de peritos para atender evolução do setor
Para lançar o curso gratuito Capacitação de Peritos Rurais, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Comissão de Seguros Rurais da FenSeg, a ENS organizou, na tarde da última quarta-feira, uma live em seu canal do YouTube que reuniu grandes especialistas do mercado, a fim de mostrar as potencialidades do agronegócio e a necessidade de perícia para esta atividade.
Participaram como debatedores o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do MAPA, Pedro Loyola, o superintendente de Produtos Agro da Tokio Marine Seguradora, Joaquim Cesar Neto, e o gerente executivo de Seguros Rurais da BrasilSeg Companhia de Seguros, Daniel Nascimento. A mediação foi feita pela diretora de Ensino Técnico da ENS, Maria Helena Monteiro.
A abertura do encontro foi feita pelo diretor geral da ENS, Tarcísio Godoy. “Este é um projeto muito significativo para a Escola de Negócios e Seguros, porque atende a um dos segmentos econômicos mais importantes para o Brasil. O agronegócio é um dos setores mais dinâmicos que o País possui, com um diferencial de competitividade em relação ao mundo e tem sido incentivado pelo Ministério da Agricultura há muito tempo. É um prazer para a ENS oferecer este curso aos peritos, permitindo, assim, que o Seguro Rural, um dos ramos mais promissores do mercado de seguros, se desenvolva”, declarou.
Política anticíclica para riscos climáticos e de câmbio
Especialista em Seguro Rural, Pedro Loyola lembrou eventos históricos que impactaram a agricultura brasileira, a fim de ressaltar a importância de assegurar este tipo de negócio. “Nas últimas décadas, tivemos problemas de vários riscos – de sanidade, preço, cambial –, mas o que impera todo ano são os riscos climáticos. Já tivemos períodos em que este setor teve de fazer renegociação de dívidas, porque não tínhamos, ainda, um seguro consolidado. Portanto, uma política anticíclica para estes riscos climáticos e de preço é, de fato, o Seguro Rural”, salientou.
Alavancar a contratação do Seguro Rural é um dos principais objetivos do Governo Federal e de todos os envolvidos no mercado e no Programa Agro Gestão Integrada de Riscos (AGIR), do MAPA. Até 2005, a contratação deste tipo de produto era insignificante e, há dois anos, estudo feito pela USP/Esalq em parceria com a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) revelou que, até 2026, o agronegócio terá ao menos 25 milhões de hectares de área disponível a ser segurada.
Seguro Rural em expansão
Para o gerente executivo de Seguros Rurais da BrasilSeg, Daniel Nascimento, o Seguro Rural está em expansão. Em sua intervenção, ele mostrou um panorama recente e os principais desafios deste ramo, principalmente para os peritos. Nos últimos anos, o número de seguradoras voltadas para o produto rural subiu de 4 para 14. E, de janeiro a abril deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, o mercado de Seguro Rural cresceu em torno de 42%.
“Estimo que o futuro do setor é promissor. Para apoiar o papel do perito, as seguradoras estão investindo em tecnologia e amplificação de culturas e dispersão geográfica, em novos produtos e coberturas inovadoras, que carecem de mão de obra específica. Além disso, percebemos o movimento de chegada de novas entrantes no mercado, a migração pro agro para o seguro privado, a contratação do seguro durante todo o ano safra, o aumento da demanda por monitoramento/aceitação do risco e inspeção de colheita”, explicou Daniel.
O superintendente de Produtos Agro da Tokio Marine Seguradora, Joaquim Neto, que também é presidente da Comissão de Seguros Rurais da FenSeg, ratificou o crescimento da modalidade nos últimos anos. Em 2020, foram gerados prêmios da ordem de R$ 6,8 bilhões, ao passo que, somente nos quatro primeiros meses deste ano, os prêmios bateram a marca de R$ 2,5 bilhões, o que representa crescimento de 41%.
“Mediante a este avanço, abrimos várias frentes de grupos de trabalho na federação, a fim de municiar os vários atuantes deste segmento. Temos a necessidade, portanto, de um número robusto de peritos para atender todo este crescimento e que tenham conhecimento técnico para a função. Sem o perito e a agilidade para realizar as perícias, uma vez que os danos no setor são muito voláteis, este progresso pode ser descontinuado. Temos nos deparado com safras recordes nos últimos anos e o seguro é um alicerce para a continuidade de crescimento do agronegócio”, enfatizou Joaquim Neto.
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